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Mostrando postagens de janeiro, 2018

A lei do retorno

Existe um recurso utilizado na escrita de roteiros de séries e novelas, feito especialmente para garantir que o espectador continue prestando atenção à história. É tão antigo quanto o tempo, porém não é nada tão mirabolante – assim como a maioria das coisas e das pessoas, quando você as desconstrói. Apenas crie uma situação problema, deixe os personagens correndo algum grande risco, e deixe subir a palavra “ Continua... ” na tela. A técnica do “ cliffhanger ” – ou, traduzido livremente como “ à beira do abismo ” – é aplicada para prender o público ao futuro dos personagens na tela, prometendo uma reviravolta surpreendente. No entanto, como via de regra, subentende-se que os personagens ficarão bem. É o desenrolar da situação que se mantém como mistério, até o próximo capítulo. Independente das adversidades, a lei do retorno deve ser mantida. *** A vida, que costuma refletir ou assimilar a arte, tem um recurso parecido. Os meios em ação podem ter vários nomes – depende

O ponto de restauração

Algum tempo atrás, meu computador foi infectado por um vírus. Os acessos que levaram a isso não vem ao caso agora... mas, sim, foi por um daqueles sites. Acontece. O tempo livre, a rotina cansativa... Quem nunca? Mas não é disso que quero falar, e provavelmente não é sobre isso que você veio ler. O que quero dizer é o que houve depois do acesso, e do vírus se hospedar no meu disco rígido. Por um tempo os sintomas pareciam inofensivos: a máquina, que não é nova, passou a travar um pouco mais; os acessos a outros sites demoravam a carregar... Até que um dia o inevitável aconteceu: o vírus se alastrou pelos arquivos, corrompendo-os por onde passava, até bloquear totalmente o acesso à internet. Depois de uma breve pesquisa, descobri que tratava-se de um tipo de “ Ransomware ”; traduzido livremente do inglês, é um tipo de vírus que sequestra seu computador e te bloqueia para fora dos acessos. Nenhum dos anti-vírus que eu conhecia foi capaz de identificá-lo, mesmo depois de inú

Ainda louco depois de todos esses anos

Eu tenho minhas dúvidas quanto à vida que eu quero ter um dia. Não sobre o futuro que imaginei para mim, ou sobre a incorrigível vontade de dividi-lo com quem não pode mais ser chamada de “o amor da minha vida”. Digo isso, porque esvaziei o título de significado depois de desperdiçá-lo nas histórias erradas. Mas não é o que vem ao caso agora. O que me tira mesmo o sono vai além de estar à espera, à procura ou à deriva de uma pessoa, um lugar ou uma oportunidade. Se a vida que eu sempre quis ter se tornasse realidade amanhã, eu estaria pronto para vivê-la? Bom, provavelmente não sem um Engov antes. *** É mais do que óbvia a minha insensatez perante o amor. Não porque não sei amar, ou demonstrar, ou preservar o mundo que construiríamos juntos. Mas por não saber enxergá-lo, ainda, diante dos meus olhos. E quando me pego tentando convencê-la de que pode dar certo, em vez de simplesmente sufocar a minha ansiedade e contemplar a naturalidade da nossa sintonia... Bom, é eviden

Os últimos primeiros dias

Ela era um amuleto. Levou alguns dias para que eu finalmente entendesse isso, mas faz sentido agora. Estamos recém sobrevivendo à primeira semana de 2018, e mesmo sabendo que fazer qualquer tipo de declaração agora não é aconselhável, é algo que eu preciso fazer. Não pelos outros, e definitivamente não para ela. Por mim. O calendário não para só porque você não está com coragem de levantar da cama. E felizmente para mim, essa coragem não desapareceu. Tampouco, a vontade de escrever a vida afora. Mas se vamos levar 2018 adiante, essas palavras precisam sair. E é algo que esteve em minha mente durante não só os últimos primeiros dias desse ano, mas há muito tempo: eu vou ficar bem. *** Uma das minhas professoras do curso de Jornalismo – talvez a mais brava de todas – sempre tentou frisar para nós a importância das palavras que usamos. São armas que podem ser usadas a favor ou contra nós; depende de como você as escolhe. E talvez por isso mesmo ela fosse tão brava: alguns alu