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Mostrando postagens de setembro, 2017

O amor não vem do Tinder

O amor não vem do Tinder. Não é algo que irá surgir em uma primeira conversa com alguém novo. Ou na primeira vez em que vocês criarem coragem o suficiente para se encontrarem. Ou quando você arrisca segurar a mão dela em um momento descontraído. Ou durante aquele beijo, o primeiro beijo, que te enche de sonhos e promessas. Não. O amor não vem disso. *** O amor não vem do cineminha. Não irá aparecer magicamente na sintonia de vocês ao escolherem o mesmo filme. Ou em concordarem que um pega a pipoca e o refrigerante, enquanto o outro tenta encontrar os ingressos no bolso. Também não é naquele primeiro momento após as luzes se apagarem, quando ela encosta a cabeça no seu ombro. E você a abraça, querendo dizer que ela pode se sentir confortável ali, porque você irá apoiá-la. O amor não surge na cena de sexo explícito, ou de conflito frustrante, e muito menos do final feliz. O amor não acompanha os créditos que sobem na tela quando as luzes se acendem de novo. *** O amor não é

Os arrependimentos certos

Entre doses de uísque , um amigo me disse algo marcante. - Igor, se você se arrependeu de algo nessa vida, você simplesmente não viveu. E eu fiquei com isso na cabeça por alguns dias. Porque se há algo que eu coleciono nessa vida, além de comentários sarcásticos e ironias do destino, são arrependimentos. Independente da sua natureza; se nasceram de algo que optei por fazer sem pensar direito, ou algo que escolhi não fazer por pensar demais. Seja como for, eu os carrego comigo. Assim como o meu amigo carregou no dia seguinte, após as doses de uísque. *** A vida é um grande, caótico ciclo de tentativa e erro. Por muito tempo eu acreditei que havia algo além disso nos guiando. Fosse o destino, ou as teorias sobre a pessoa certa no lugar certo e na hora certa. Sempre foi demais pra mim acreditar na noção de que não há nada a não ser desordem e sorte. Como se tudo não passasse de um jogo de tetris, onde às vezes as peças se encaixam perfeitamente, às vezes não. A vida

8/80

Existem dois grandes medos que lideram a vida de um escritor diante de uma folha em branco. Ele pode começar aos poucos e, palavra por palavra, ponto a ponto, acabar submetendo mais da sua alma do que esperava. Ou, então, enrolar por períodos, parágrafos e pontuações infames, até descobrir que realmente não havia nada que precisava ser escrito. Quanto a mim, que ainda estou tentando descobrir qual caminho quero seguir para tentar chegar ao que eu acredito que deva ser dito, eu não sabia por onde começar. Uma indecisão que, por si só, resumiu exatamente o conflito que aqui reside: a insustentável leveza dos meios-termos. A noção de que as coisas, as pessoas e os lugares devem ser aproveitados ao máximo, ou então não há pra quê dar uma chance a eles. Enquanto a vida que pode ser vivida em equilíbrio entre um extremo e outro parece morna demais para valer a pena. Para você que está lendo e pensando “ Uau, eu sou muito assim, 8 ou 80! ”, pare. Você não é assim. Você nem faz ideia d