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Mostrando postagens de janeiro, 2015

A parada obrigatória

Foi em um daqueles Domingos tediosos e propícios para capinar no meu ócio criativo que a Gracyanne (nome fictício) deu a idéia de vir aqui em casa com uma proposta de preencher o nosso tempo e aliviar as nossas tensões... Através de uma partida de “jogo da vida”. Porque quem pode, pode, e quem é feliz tem mais é que aproveitar a vida, abraçar as oportunidades e levar sua existência aos limites do universo. E quem não pode, fica em casa disputando corridas fictícias em tabuleiros multicoloridos. Enfim, era o que tinha pra se fazer, salvo é claro... Banco Imobiliário.    E rapidamente eu vi o meu tédio ser substituído pelo meu ócio criativo a medida que a cada espaço que eu andava, uma metáfora se apresentava: primeiro escolha um caminho para seguir, depois jogue no dado e reze para ter sorte de cair em um espaço que te leve a uma graduação em uma profissão que dê bastante dinheiro, opte por fazer ou não um seguro de vida, um seguro da casa, do carro e, inevitavelmente, case e

O novo normal

Seis anos atrás , eu saí de casa. E senti o que provavelmente foi a maior angústia que já havia tido até então; a de deixar o aconchego, as ruas conhecidas, as mesas de bares em que reunia os amigos, os almoços de Domingo, e todos os outros fragmentos que compunham a minha vida para trás, para começar de novo. Porque um ciclo havia terminado, e era hora de crescer. E é daí que nasceu o meu trauma de começos; porque não há nada mais difícil neste mundo do que ter que juntar amor o suficiente para recomeçar alguma coisa. Especialmente quando se considera que o ciclo que passou foi, no mínimo, inesquecível.    Só que a vida, que talvez nada mais seja do que estas fases em que a gente se encontra, uma de cada vez, acabou por redefinir muitos dos meus conceitos. Sobre o que realmente torna algo inesquecível, por exemplo. Ou sobre quais eram os amigos de verdade. Ou então, sobre o que eu preciso para me sentir mesmo em casa. O problema é que agora, seis anos depois, o ciclo vicioso

A atualização automática

O mundo dá voltas. Essa é a sua tragédia. As coisas mudam, quer você queira ou não. Quanto a mim, eu sou daqueles que reza, teoricamente, todas as noites por mudanças. Por uma vida nova. Por oportunidades imperdíveis. Por portas abertas. Por amores que durem. E, ironicamente, este que vos fala acorda de uma maneira totalmente diferente na manhã seguinte; sedento por aquela rotina no mesmo lugar, com a mesma hora, com o café pronto no trabalho de preferência. Porque é mais fácil se levantar da cama sabendo onde eu vou encontrar o meu café. E é uma facilidade igualmente proporcional ao beijo de boa noite da minha frustração, por mais um dia em um ciclo vicioso.    Felizmente ou infelizmente, nem tudo na vida depende só de você. E os existencialistas que me perdoem, mas sou e sempre serei um discípulo de uma ordem que vai além dos vir-a-ser; a das contingências. Você age sobre o mundo, mas ele também age sobre você. É o caso das referências que você acaba transmitindo por aí, os

A velocidade máxima

Talvez um dia eu aprenda que nada do que a gente faz tem a ver com velocidade. Não, senhor. Tem a ver com qualidade, com garra, com perseverança e, nesses casos, com a distância que você percorre. E eu já deveria saber disso, se não fosse por algo chamado “ego”. E por algo que esse negócio chamado “ego” é levado, chamado “competição”.    Uma das minhas metas para 2015 foi aprender a correr. Mas correr mesmo; deixando celular desligado em casa, música no volume máximo nos ouvidos, e nada além de uma longa pista a ser percorrida ao alcance dos meus olhos. E assim eu fui, dia após dia, semana após semana, mês após mês. Até que dois meses e seis quilos a menos depois, eu consegui começar a vislumbrar que estava começando a chegar a algum lugar. E talvez qualquer outra pessoa no meu lugar ficaria feliz com isso. Mas eu não, é claro. Eu achei pouco. E eu achei que poderia chegar mais longe. E é exatamente esse o problema que eu carrego comigo ultimamente, a medida em que ultrapasso

Os primeiros dias

       Eu odeio começos. E sim, é com esta atitude que eu estou adentrando o ano de 2015. Mas calma, não é puro exagero, impaciência ou desesperança da minha parte. Eu vou explicar, e para isso eu vou ter que partir do começo. Infelizmente.    Eu passei o ano de 2014 inteiro escrevendo sobre como tudo acaba, ironicamente sem nunca parar para pensar sobre o que o fim das coisas realmente significa. Sobre como o fim da faculdade automaticamente acarretaria em uma nova rotina a ser construída; uma vida pós-aulas todas as noites, provas todos os bimestres e idas ao bar sempre que a sede fosse grande e a vontade de estudar sobre higienismo fosse pequena. E sobre como esta nova rotina, por sua vez, contemplava todas as possibilidades do mundo que estivessem ao meu alcance. E, em contrapartida, nenhuma delas também, visto que já estamos em Janeiro e eu preciso confessar que não, eu ainda não tenho um plano. E é isto o que me mantém acordado à noite, e inquieto durante o dia, e impacien