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Mostrando postagens de agosto, 2011

Amanhã, sei lá

Tudo começou com a Paula Fernandes. Na verdade foi por causa de outra mulher, mas eu gosto de pensar que foi a Paula Fernandes mesmo. Depois de escutar suas músicas inúmeras vezes ao longo do dia durante o expediente , e dia após dia por muito tempo, foi no meio de uma depressão de sábado à noite que eu me peguei relembrando alguns versos e decidi baixar a música inteira para que ela tocasse fora da minha cabeça. Mas a música me fez lembrar de alguns versos de outra canção , e lá fui eu caçar mais uma melodia, algo que rapidamente se tornou repetitivo e que eu só me dei conta depois de acidentalmente compor uma lista de reprodução inteira que não só levantou meu ânimo como também encheu o apartamento de vida e alegria de um modo que eu ainda não havia visto desde que me mudara para cá. Quando a própria Paula começou a ficar repetitiva demais e nem mesmo no trabalho eu parava para ouvi-la cantar – típico de mim, assim como de qualquer homem eu acho, enjoar da mesma mulher depois de

Quando eu vejo seus olhos...

Foi você mesma quem me disse que eu tenho essa mania de não olhar dentro dos olhos das pessoas quando falo com elas, e eu só fui me dar conta mesmo quando me peguei fugindo dos seus enquanto dizia exatamente isto. E quanto mais eu pensava nisto, mais eu reparava o quanto era verdade, conforme eu me esquivava dos olhares dos outros cada vez que falava com alguém a ponto de até mesmo olhar para qualquer outra direção que não fosse o rosto da pessoa na minha frente. O mais engraçado mesmo é que a primeira coisa que percebi em você, antes que sequer existisse em meu mundo, foi o seu olhar. Havia alguma coisa no seu olhar que me atraia e ao mesmo tempo me fazia virar o rosto, como se não conseguisse contemplar e absorver tamanha beleza de uma vez só. E quando sentisse saudade daquele olhar, tinha que avistá-la sem alarme para que não virasse em minha direção e me assustasse novamente. Pelo visto eu já a amava de longe, mas ainda não sabia como encarar isto. Não que agora seja melhor; eu a

3 meses

Quando eu já estava começando a esquecer de sentir a sua falta , você reaparece e se faz presente em meus pensamentos de novo. Só que dessa vez você não veio sozinha; pensar em você não me fez relembrar os maus momentos que tive perto do fim, mas sim da última vez que nos falamos e de como eu já sabia que seria a última vez. Talvez tenha sido um pouco frio da minha parte ir embora e deixar você no escuro, só para se chocar quando acendeu a luz e não me encontrou mais. Me fez pensar que eu deveria voltar a trás e tentar fazer a coisa certa ou ao menos não menosprezar tanto o tempo que passamos juntos. E me fez chorar também por pensar que talvez já seja tarde demais. Mas o que realmente me surpreendeu foi descobrir que insistir em não tentar alcançá-la de novo não era uma questão de orgulho; era medo. Eu poderia pedir que você voltasse a fazer parte do meu mundo e vice-e-versa, mas de que adiantaria? Maior do que a minha saudade é o medo de que nada mude caso você e eu tentássemos s

Coisas que eu nunca direi

Para um escritor em treinamento como eu, não há nada mais fácil do que passar o dia tentando dar forma a certos sentimentos que pairam em mim com palavras na esperança de que talvez algumas coisas façam mais sentido após serem escritas e postas à mercê de interpretações alheias. No entanto, apesar de algumas palavras virem a mim facilmente, outras podem ser muito mais difíceis de serem expressas, seja na escrita ou no que dizemos aos outros por aí. Por exemplo, depois de cometer um erro, existe algo mais doloroso ao nosso orgulho do que dizer " me desculpe "? Ou então, algo mais agonizante à nossa confiança estraçalhada ao dizer para alguém, " eu te perdôo ". À medida que nos relacionamos com as pessoas, as coisas vão se tornando cada vez mais difíceis de serem entendidas e definidas, assim como as coisas que ocasionalmente ele ou ela espera ouvir de nós. O que acontece quando não conseguimos lidar com o " eu te amo " dele, ou então, o que fazer quando