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Mostrando postagens de fevereiro, 2011

Cante comigo

Talvez eu esteja assistindo muito " Glee " mas durante o percurso deste novo ano e com a promessa de tentar desafiar a gravidade, por mais ousado ou ridículo que pareça, eu descobri que não só posso traduzir minhas agonias para fora de mim em forma escrita, como também posso expressá-las através de melodias. Mas desta vez não estou falando apenas de levar a vida através de músicas; agora estou cantando. Tirando as caras de surpresa dos meus conhecidos, as expressões de " o-que-o-Igor-inventou-agora " dos meus amigos, e os olhares tortos dos meus vizinhos, tem sido bastante divertido quebrar o silêncio com músicas agora com o som da minha própria voz. Dizem que é preciso tempo e coragem para descobrir sua voz para expor suas opiniões e desbafar suas angúsias até finalmente conseguir dizer aos outros quem você realmente é, do que é feito e o que quer desta vida. Mas quando você consegue encontrar sua própria voz neste mundo, você passa a se surpreender cada vez mai

Garoto engraçado

É o que eu mais ouço. " Você é engraçado, Igor ", e é verdade. Posso não ser o cara certo para a garota, mas certamente sou bom o bastante para causar uma risada. Infelizmente não é uma sensação muito reconfortante quando as risadas cessam e eu percebo que a piada sou eu. Por isto eu sempre tento ser aquele quem causa os risos; ao em vez de rirem de mim, riem comigo. Minhas crenças são cômicas, minhas atitudes são irreverentes, e mesmo sem sorrir, meu rosto causa risos até quando estou sério. Mas apesar de insistir em não querer viver neste tal mundo, eu e meu coração somos reais, e por trás das risadas o que existe mesmo são lágrimas, agonia e êxtase, ansiedade e mais ansiedade, e sonhos, muitos sonhos cujos quais possuo há anos, mas ainda não me sinto tão próximo de atingí-los. Mas para aqueles que vêem de fora, no mundo real, tudo isto é engraçado. Eu sempre fui bom para causar uma risada. A vida na verdade está longe de ser uma comédia, mas as pessoas ainda precisam

Única

Eu estou procurando alguém única ; tão única como eu. Não me entenda errado mas eu me conheço bem e você não vai encontrar ninguém como eu tão facilmente por aí, se é que encontrará. E é por isto que passo a maior parte do meu tempo, a maioria dos meus dias, e muitos anos até então, me acostumando a estar sozinho. Dizem que precisamos primeiro nos contentarmos com nós mesmos antes de aprender a compartilhar a felicidade com alguém - especialmente, alguém única. Mas ultimamente todas as que encontro são tão parecidas, para não dizer que são iguais. Não, não são iguais, mas nenhuma delas também me pareceu especial o bastante... Única o bastante. Você pode pensar que isto seja apenas paranóia da minha cabeça, mas eu sei do que estou falando. Porque eu tive uma vez, e era tudo para mim. Nunca me senti tão perdidamente atraido por aquelas conhecidas exatamente por serem as mais atraentes; parecem boas demais para ser verdade, e geralmente são. Também não são aquelas que se destacam com

Relacionamentos imaginários II

Na ausência de um relacionamento de verdade , paixões platônicas são nossa principal fonte de sonhos, fantasias e até esperanças de que um dia tenhamos coragem o suficiente para ficarmos cara a cara e falarmos com ela – ao em vez de gaguejar, mijar nas calças, sair correndo, as calças cairem, tropeçar e cair no mijo. Mas quando nossa paixão imaginária encontra alguém de verdade, ainda assim não conseguimos deixar de sentir como se tivessemos perdido algo nosso; senão a pessoa, então ao menos o sonho de ouvir a voz dela, segurar sua mão, ou sentir os lábios dela nos seus. E aí você acorda. Ultimamente eu percebo minhas paixões nascerem sem o soar de fogos de artifício e morrerem sem necessidade de prestar algum tipo de luto. E para quem costumava se entregar de corpo e alma por amor ou qualquer outro sentimento parecido, é triste e até preocupante. Em vez de acordar imaginando, “será que a encontrarei hoje?”, levo o dia com a cara fechada pois já sei que não será desta vez. Aquela e

Má reputação

A maioria das pessoas com as quais convivo diariamente não me conhecem , e vice-e-versa. E apesar de tudo que é dito sobre mim que eu já ouvi falar, na verdade não sou tão complicado, exceto pelas momentos de crises existenciais - até aconselho manter distância. Nessas horas até tenho certo receio em permitir que as pessoas se aproximem demais; " Igor, eu quero ser seu amigo " - " Ih, tem certeza? Eu dou trabalho... ". Mas julgamos as pessoas mesmo sem saber muito sobre elas, a não ser pelo que parecem ser ou pelas coisas que fazem. Ultimamente eu tenho me apresentado para pessoas que conheci há tempos atrás, mas que nunca sequer havia trocado palavras. E talvez seja porque até então nossas reputações estivessem falando por nós, e para mim isto até parece perigoso; sou uma constante inconstante e nem tudo o que eu faço tem sentido. Existem três coisas que eu não sei fazer: dançar, andar de bicicleta, e limpar a casa. E por mais incapaz que isto me faça parecer,

Teatralidade

Quando meus pais disseram que eu precisava praticar algum tipo de atividade extracurricular, isto quando eu já havia falhado em demonstrar algum tipo de interesse ou determinação em esportes - já havia passado por judô, taekwondo e várias tentativas de levar natação à sério - primeiro eu quase apanhei por sugerir jogar golf, e em seguida recebi em sala de aula um folheto mostrando todas as opções de atividades que o colégio oferecia. Apenas uma se destacou - teatro - e foi exatamente a que escolhi. Em pouquissimo tempo o que parecia ser uma atividade obrigatória passou a ser o momento mais esperado da semana; era uma sala especial que ficava no subsolo do colégio no corredor que levava à biblioteca. Aliás, coisas como livros ou artes sempre parecem estar em último lugar em se tratando de prioridades em uma escola; o tamanho da sala nem se comparava ao tamanho da cantina. Aprendi muito com o teatro, como a arte do improviso, o poder do silêncio, o controle das emoções, e a paixã

Sorria

Eu não sei sorrir. Aliás, acho que sorrisos são superestimados, ou então sou eu mesmo quem tem dificuldade demais para conseguir tirar uma boa foto. Quando eu tinha 14 anos, um fotógrafo sem paciência insistiu que eu sorrisse para as fotos da escola, mas tanto ele quanto eu nos arrependemos depois. Uma das cópias da foto foi usada para a confecção da nossa carteirinha de estudante, e apesar de tiramos fotos novas a cada ano, aquela em especial foi reciclada até o 2º ano do colegial. Um dia fui ao cinema com minha prima e passei pela bilheteria portando a tal carteirinha, e o que aconteceu em seguida eu só descobri quando voltamos para casa. Após comprarmos os ingressos a mulher da bilheteria chamou minha prima de volta e perguntou com uma voz de preocupada, " Escute, o filme é legendado... Ele vai conseguir acompanhar? ". Daquele dia em diante eu decidi que tudo bem, vamos tirar fotos, mas não me peça para sorrir - eu não consigo. As pessoas tiram conclusões precipitadas

Alguma coisa sobre o amor

Talvez os casais não conheçam melhor o amor do que os solteiros, ou talvez seja apenas eu quem já não saiba o que pensar. Apesar de ainda não saber como é uma vida a dois não gosto de pensar que isto faz de mim um estranho aos olhos do amor, senão o que poderia justificar anos e anos de cartas de amor, gestos desbravadores, confissões apaixonadas e todos aqueles sonhos que temos quando estamos tentando abrir nosso coração para alguém? Não, nenhum de nós pode dizer que sabe mais do que o outro, esteja sozinho ou acompanhado, bem ou mal casado, contente ou amargurado. Porque nós não escolhemos o amor; o amor nos escolhe. Aquela garota cujo nome nem lembrávamos ontem, da noite pro dia pode se tornar a pessoa mais importante do mundo. Aquele rosto que já vimos milhares de vezes, de repente se torna nossa maior fantasia. Aqueles olhos que sequer reparávamos, num piscar podem se tornar nossas maiores ambições. E quando o amor acontece, nenhum de nós está preparado para o que está por vir

O bem maior

Até mesmo o ser mais irreverente carrega consigo um senso mínimo de ética ou pelo menos uma boa noção do que é certo e o que é errado, por mais que ainda opte pelo errado. Somos ensinados a sempre optar pelo certo porque aprendemos desde cedo que isto trará boas consequências para nós, e quando a vida nos força a realizar tais escolhas, diferenciar o bom do ruim é sempre claro para nós. Mas e quando a coisa certa a ser feita, apesar de ser certa, não resulta num bom resultado para nós? Ainda devemos seguir em frente pelo bem maior ou deixar que nosso instinto de sobrevivência aja por nós? Quando o certo não nos parece certo, apesar de sabermos que é certo, é errado agir contra por mais que optar pelo bem maior não inclua nossa própria felicidade? O conceito de ética é amplo porém único; o bom senso rege a sociedade, e para que esta continue em harmonia é preciso agir conforme o social para manter o equilíbrio, mas nem sempre nossas emoções estão em sincronia. E caímos na velha q

Simples juntos

Acho que todo mundo gostaria que a vida fosse mais simples. Gostariamos que não fosse tão difícil conseguir o que queremos, ou que não sofressemos tantas dores de cabeça por um problema, ou que fosse mais fácil de superar a dor quando a pessoa que amamos não está disponível para nós. E acreditamos que quando for para ser, acontecerá naturalmente, sem dramas ou reviravoltas, e sentiremos que é certo e não pensaremos duas vezes. Mas parece que tudo acaba sempre sendo um pouco forçado; o que fazemos com as horas do nosso dia, como passamos os momentos em que estamos juntos com nossos amigos, ou o modo como lidamos com nossos sentimentos - não importa se sejam aqueles que evitamos, ou que desejamos, ou que precisamos para nos lembrar de que estamos vivos. Só que infelizmente não é assim; nos estressamos demais com as coisas ou com os outros, e até mesmo com nós mesmos, por desejarmos que tudo fosse de qualquer outra maneira. Que nossas dores passassem mais rapidamente, e que nossas al

Olá, de novo

É um novo ano. Bom, 2º ano, na verdade. Era possível ver claramente quais eram os veteranos que voltavam das férias ansiosos para rever os amigos, para matar aulas no bar, ou apenas para continuar em busca do sonho de se tornarem psicólogos formados. Do mesmo modo, era possível ver quais eram os calouros; eram aqueles que andavam sozinhos, com cara de desorientados, que se perdiam pelos corredores, e que às vezes nem saiam da sala após encontrá-la, para não se perderem de novo. Todos ansiosos porém nervosos, felizes porém com medo, e com a sensação de estarem sozinhos mesmo no meio da multidão que formou a classe do 1º ano de 2011. E eu entendo perfeitamente; um ano atrás, eu era um deles. Eu era um dos piores. Apesar de já estar em Cascavel há algum tempo, ainda sentia que não havia encontrado meu espaço, e muito menos pessoas em quem pudesse confiar para desbravar o caminho adiante. E lá estava eu; encolhido, sem querer chamar muito a atenção, tímido a ponto de mudar de cor quan

Eclipse

Às vezes uma palavra pode acabar com o nosso dia , uma ação malfeita pode dar fim ao nosso bon humor, e um rompimento pode afetar drasticamente nossas crenças. E quando a frustração torna-se demais para suportar podemos acabar cegos e tudo aquilo que julgavamos certo acaba temporariamente ofuscado para nós, como se um eclipse cobrisse nosso coração juntamente aos nossos olhos e nos impedisse de enxergar a realidade claramente como antes. E assim perdemos força para continar acreditando em coisas que nos mantinham vivos como nosso sonhos, ou encontrar o amor, ou na própria beleza de sermos quem somos. Quando o mundo real contra-ataca é preciso saber como não se deixar abater e deixar quem você é lado apenas para seguir de acordo com o convencional, ou como os outros querem que você seja. Por mais simplório que pareça e mesmo quando tentamos avisar antes, a maioria das pessoas não se dá conta exatamente dos comprometimentos que fazem pelo mundo ou pelos outros para serem aceitos -

E daí se eu surtar?

Eu tenho feito tudo errado. Talvez o segredo seja mesmo tentar, mas esse não sou eu. Talvez eu preciso mesmo encontrar a minha voz, mas este certamente não é o tom certo. Talvez ao em vez de procurar um relacionamento com alguém, eu deveria estar me concentrando em algo muito mais importante; a relação de dezenove anos na qual estou envolvido, comigo mesmo. Quem é você? Olhe ao seu redor e pense; sair por aí mundo afora, sob a desculpa de que está tentando ser feliz e que está "desafiando a gravidade" sem medo de cair e quebrar a cara, resolveu alguma coisa? Ainda está sozinho, não está? Eu não te culpo por tentar, aliás é até bom que você saia por aí e veja como anda o mundo lá fora - não mudou nada. Ainda é o mesmo caos, com os mesmos absurdos, e os mesmos tipos de pessoas cujos quais você jamais se contentou em engolir, porque sempre soube que era melhor que tudo isso. E mais, porque sempre soube que merecia mais do que este mundo aparenta oferecer. E essas pessoas

Medo de aprender

E se eu dissesse que estou com medo de viver feliz para sempre, você acreditaria? Às vezes você deseja uma coisa com todas as suas forças por tanto tempo, e quando chega perto de conseguir se apavora e deixa o que poderia ser a chance de uma vida inteira passar diante dos seus olhos, apenas para viver no arrependimento – se é que isto pode ser chamado de viver. Mas o medo faz parte de nossas vidas, especialmente diante de situações novas, só que temer a felicidade não é tão fácil de se superar. Não é questão de desafiar a gravidade, mas sim de desafiar seus próprios limites; é permitir-se permitir, e não é tão fácil quanto parece. Uma vida de solidão, apesar dos apesares, pode se tornar uma zona de conforto. E construimos muros ao nosso redor para nos proteger sem nos darmos conta de que, na verdade, estamos sabotando a nós mesmos, impedindo que outros se aproximem, nos conheçam, e quem sabe até nos cativem. Mudar nunca é fácil e nem acontece da noite pro dia, mas é preciso come

Emocionante

O que te emociona? O que te causa arrepios, ou te faz suar frio, ou faz suas mãos e pernas tremerem? Quantas emoções podemos sentir na fração de um segundo, imagine então em um dia inteiro. Mas o que realmente me causa um frio na espinha é a sensação de que meus dias estão perto de se tornarem todos iguais, sem nunca trazer alguma novidade. E nem sempre a culpa é do ambiente; já ouviu falar em temer o novo? Tento fazer algo novo todos dias, pelo menos algo que diferencie a segunda da terça-feira e assim por diante; todo dia traz consigo a oportunidade de criar novas experiências, novas atitudes, e novas emoções. Existe algo mais emocionante do que sair mundo afora, e viver? Primeiro você precisa saber diferenciar viver de sobreviver; comer, beber, respirar garantem a sua sobrevivência, e você nem gasta tanta energia para isso. Mas viver… Ah, viver dá trabalho, é preciso esforço, ir além da onde acha que consegue chegar, e procurar sempre se surpreender não somente com o mundo ou c