Eu estudo Psicologia. Pausa para reação. Um tio distante veio me visitar e fez a pergunta fatídica de praxe que todos os parentes de segundo grau em diante fazem aos membros precoces da família; “E o que você está estudando?”.
Escrevo isso porque a cara do meu tio após a resposta foi a personificação cruamente exposta da descriminação e marginalização da minha futura profissão que, pela primeira vez, percebi o quanto é forte e o quanto me incomoda. Para amortecer a notícia, tentei infelizmente trivializar a situação; após alguns instantes de silêncio e da cara de surpresa, disse: “É, eu sei, vou ser pobre”, mas só ajudei meu tio a tentar me incentivar a prestar concursos públicos para a polícia federal.
Acho que este é um fardo cujos estudantes de Psicologia estão fadados a carregar; relevar caras de surpresa, comentários sarcásticos e menosprezo por nossos ideais. E pensando bem, qual profissão não sofre isso? (Não são todas vitais como o estudo da psique, mas…). E na pior das hipóteses, no mínimo é marcante; eu não lembro o que meu tio faz, mas tenho certeza que ele não esquecerá meu curso.
E ao ir embora ainda ouvi meu tio dizer, “Boa sorte com as suas… Psicologias!”. Não fiquei contente com o comentário mas fiquei feliz em saber que até mesmo o preconceito admite a abrandagem da profissão. Menos mal.
pois é, tambem acho engracado como existe tal preconceito a psicologia. Sabemos que isso nao é de hoje. Mas o 'senso comum' sempre acha que está certo.
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