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Mostrando postagens de setembro, 2010

Febre da primavera

Todo mês de Setembro traz consigo o início da primavera e com ela vem os sentimentos de recomeço e vida nova que surgem após o frio do inverno, mas nem todos percebem os detalhes que tomam a cidade meio às flores. É o momento do desabrochar das rosas, das borboletas deixarem seus casulos, e da busca das abelhas por néctar, mas nem todos se lembram de parar para cheirar as flores. Alguns estão muito ocupados se preocupando com o futuro, ou com erros que cometeram no passado. Outros se preocupam em não serem pegos, ou procuram maneiras de pegar outra pessoa. Assim como sempre haverá aqueles que preferem sentar no escuro e remoer-se por tudo que perderam, também sempre haverá aqueles que se lembrarão de parar para apreciar o que a primavera lhes trouxe. E assim, Setembro chega ao fim, deixando para trás as promessas de dias melhores e todas as flores que cobrem nosso caminho. Esperança e agitação que nos causa borboletas no estômago. Em se tratando de relacionamentos, talvez todos nó

Más notícias

Más notícias espalham-se rápido, e quando chegam não há nada que podemos fazer a não ser lidar com elas. Se nosso amor nos manda seguir em frente, buscamos uma nova direção. Se as contas pesam no bolso, encontramos uma maneira de conseguir um dinheiro extra. Se nos contam um segredo demaseadamente terrível para ser revelado, aprendemos a guardá-lo. O telefonema que toca no meio da noite, as cartas que chegam pelo correio expresso, o e-mail com a marcação de “ urgente ”; existem várias formas de entregar más notícias, mas algumas notícias são tão horríveis que devem ser entregues pessoalmente. Porém, precisamos nos atentar às notícias ruins que recebemos; às vezes podem ser boas notícias em disfarce. Ao som de: News 4 U – Fitz & The Tantrums .

Quem é esse garoto?

Eu não sou o mais bonito ou o mais inteligente. Não marco presença ao adentrar um recinto, e faço pouca diferença quando o deixo. Meu eu não provoca reações ou impressões marcantes, e alguns ao meu redor nem sabem quem sou. Para estes, não existo; quem é aquele garoto? Qual é o seu nome? Nunca ouvi falar dele. Empresto vida demais para quem me empresta sequer um pouco de vida. Estranhos anulam minha existência com a mesma facilidade com qual passam reto por mim. Não sou real, sou invisível. Ou, talvez, sou eu quem permitiu com que meu eu desaparecesse no mundo; falando baixo, agindo pouco, sonhando demais. E eu me pergunto; sentiriam minha falta? Perceberiam que não estou mais presente? Ou questionariam minha ausência por alguns minutos, antes de finalmente cair no esquecimento? Estou fazendo a diferença? Estou vivo? E se estou vivo, quem é esse garoto e por que ninguém o ouve? Talvez o mais marcante em mim seja a capacidade incansável de caminhar sobre a linha da loucura sem nu

A primeira tentação de Igor

Paixão é uma força tão potente que permanece em nossas memórias mesmo quando se desvanece no ar. Uma onda tão atraente, que pode nos empurrar para os braços das amantes mais inesperadas. Uma sensação tão esmagadora, capaz de derrubar paredes que construimos ao redor de nossos corações para nos proteger. Um sentimento tão intenso, que reaparece até mesmo quando lutamos para mantê-la escondida. De todas as emoções, paixão é aquela que nos dá uma razão para viver, e uma desculpa para cometer todos os tipos de pecados. Todos nós temos paixões, e algumas simplesmente não vão embora até que nos rendamos a elas. E eu tenho um plano do que faria com você, mas acho que isto terá que bastar por ora. Ah… Como eu te amo! Um beijo. Ao som de: A Call From the Vatican – Penélope Cruz .

Palavras de um coração partido II

As palavras são minhas amigas. Não sou o indivíduo mais conectado com a sociedade que existe; às vezes as palavras são o que permitem com que eu me sinta parte do mundo, parte da vida. Se eu não tiver palavras, não tenho nada. E isso é só o começo das coisas de fazem de mim o irracional que sou. Nem sempre minhas ações fazem sentido, mas são sempre de bom coração e por amor. Pareço bravo, irritado, indiferente, esnobe, e algumas vezes realmente estou, mas não é quem eu sou. Sou alguém à procura do amor; ridículo, inconveniente, avassalador, do tipo “ um-não-vive-sem-o-outro ”. Alguém que provavelmente não é igual a qualquer outro que você já tenha conhecido. E alguém que, proavelmente, você até sente curiosidade de conhecer, nem que seja apenas para saber do que os outros estão comentando. Tenho vários tipos de risadas que facilmente podem se transformar em lágrimas, num piscar de olhos. Não sorrio, mas não sorrir tem suas vantagens. Impede que as pessoas saibam imediatamente no q

Palavras de um coração partido

Um coração partido pode facilmente se perder ou desorientar-se quanto às suas ações enquanto tenta superar o estresse pós-traumático que vem ao encarar sua solidão uma vez mais, quando recebe suas declarações de volta da musa para quem desesperadamente não consegue deixar de olhar, e de sonhar. A incoerência toma conta e uma pessoa de repente pode descobrir que está completamente fora de nexo com o que costumava ser antes de permitir a si de tentar unir-se a outra, e de ver seus sentimentos serem colocados de lado por alguém que lhe significa tanto, sem nunca tê-la tocado ou ter ouvido o som de sua voz de perto. Aliás, uma das coisas que lhe confunde tanto, é vê-la todos os dias tão perto, e ainda estar tão longe. Eu queria te conhecer, e eu queria que você me conhecesse. Se ao menos eu conseguisse me controlar, voltar ao meu normal, talvez você veria que não sou tão ruim assim. Que poderia me amar, assim como eu te amo, mesmo sem realmente te conhecer. Sei algumas coisas ao seu

Schadenfreude

Alemão é uma das línguas mais complicadas que existem; até os palavrões soam mais ofensivos do que o normal. Mas é complicado em parte porque, em alemão, existe uma palavra específica para tudo, inclusive coisas – ou melhor, sentimentos – que não sabemos descrever, e às vezes nem admitimos que existem. Schadenfreude . Sem tradução exata, é a justaposição das palavras “ schaden ” (dano) e “ freude ” (alegria), que significa a alegria que sentimos com o sofrimento alheio. Eu já falei da minha incapacidade de ficar feliz pelos outros (mas claro, há exceções) e, mesmo com psicólogos atestando que este é apenas um lado ruim da natureza humana, schadenfreude na verdade vai além disto. É o desejo malicioso de sentir prazer ao ver alguém em uma situação ruim. Estudiosos até citam a existência de uma reação química no nosso organismo que demonstra e comprova schadenfreude em cada um de nós. Existe biológicamente e atua no nosso cotidiano, mas é reprimido. Quem de nós admitiria que se d

Ela será amada

Ela é complicada; são as palavras que podem descrevê-la muito bem em qualquer época. Ela começou na primavera, e eu a conheci anos atrás quando éramos ambos jovens e ingênuos, com uma vida inteira pela frente e sem saber exatamente para onde ir. E por mais que eu a conhecesse, mais do que aqueles ao nosso redor, haviam sempre fragmentos que ela mantinha em segredo, e que até hoje descubro. Mas como tudo de bom neste mundo, ela era difícil. Era linda, mas complexada, com problemas consigo mesma. Era genuosa, temperamental, equilibrada até onde sentia que podia. Era inteligente, rápida, se destacava na multidão. Era perseverante, insistente, teimosa. Adorava dias chuvosos e cantar na rua, dançar, pular, sorrir. Também era sensível; tinha argumentos para tudo e adorava usá-los. Adorava um bom debate, uma boa troca de idéias; apendia com eles, crescia com eles. Ela era preocupada, esforçada, esperançosa… Era feliz, em toda a sua complicação. Mas o mundo roubou seus sonhos, suas espe

Espelho meu

Às vezes olhar para um espelho pode ser incômodo; ali estamos deparados com a realidade de nós mesmos, sem mais nem menos. Narciso se afogou por tentar ver a si mesmo muito a fundo em um lago, enquanto nós hoje vemos os outros claramente mas temos dificuldade de encarar nossa própria realidade. E nossa própria reflexão nos leva a refletir; espelho, espelho meu, eu sou tão “eu” assim? Por anos não suportei encarar a mim mesmo por muito tempo neste pedaço de vidro na parede; eu não gostava do que via. Tão imperfeito, tão incoerente; o que as pessoas viam em mim? O segredo para ser feliz é olhar-se no espelho e gostar do que vê. Gostar de si, sem mais nem menos. Senão no pedaço de vidro pendurado na parede, então em outros iguais a nós que servem para nos mostrar que somos mais belos do que pensamos. Quando nossa imagem fica embaçada e difícil de enxergar, é sempre bom ter amigos para nos ajudar a refletir nossa beleza. E então, eu me encarei frente ao espelho, e pela primeira vez

Zen-Morescismo

Deve ser muito bom não ter consciência o tempo todo. Ter a inspiração para lançar-se no mundo espontaneamente e descuidadamente, sem rede de proteção ou qualquer preocupação em chegar perto de cruzar a fronteira entre lucidez, e o que ando sentindo ultimamente. Então me prendo aos padrões formais, à tradições e costumes, ultra-conservador e... Infeliz...? Sinto que talvez esteja na hora de me reinventar uma vez mais, e para isso precisarei refazer minha base e minhas razões para acreditar em dias melhores. Precisarei de uma trilha sonora, uma musa, e uma filosofia. Bem vindo ao Zen- Morescismo ; quanto menos sentido tem, mais significado possui. Encontrar coerência na incoerência, razão na irracionalidade, e ainda continuar o mesmo quando a poeira baixar são as metas. Às vezes sinto que deve ser legal ser normal, mas só às vezes. Ao me descreverem, as pessoas com quem conto para me manter adiante em minha jornada não usam termos como "estranho" (ou, " Igor ")

Tão feliz por você estar tão feliz

Eu não sou uma boa pessoa , mas sou honesto quanto à minha podridão; isto conta alguma coisa? Às vezes ficar feliz pelos outros é a coisa mais difícil que existe, como parabenizar ganhadores da loteria, ou conhecer a nova namorada do seu amigo. Eu não sei ficar feliz pelos outros, é isso. Meu egocentrismo limita os fenômenos do universo ao meu umbigo e descarta o resto. Já senti contentamento por glórias alheias, mas são situações raras como presenciar um eclipse ou achar dinheiro na rua. Em dias menos felizes a felicidade alheia me irrita, e não diga que nunca sentiu o mesmo. Na maioria das vezes você pode olhar fundo nos olhos das pessoas, além dos sorrisos que estampam em seus rostos, e ver exatamente o que estão pensando: “ Por que isso não aconteceu comigo? ” Isto não é problema agora; estou feliz, e aprendi a conviver com isso. O que eu não esperava eram os olhares afiados de inveja, mas a melhor maneira de combater este mal é dividindo sua felicidade com os outros. Porém,

Muito Igor por nada

Conservador, é isso. Sem gestos tresloucados e sem falar muito alto, sem atitudes grandiosas ou algum tipo de atrevimento. Chato a ponto de passar ridículo, por não deixar-se passar ridículo. Mas é quem eu sou, e acredite se quiser, já foi pior. Depois de anos tentando dar forma à essa bagunça em forma de gente, acredito que posso sair de casa com a cabeça erguida com a certeza de que sou um homem melhor do que ontem, e pior do que amanhã, e sem muita preocupação em fundamentar suas ações com razões convincentes. Por que devo ser coerente se a vida não faz sentido? Começamos a morrer a partir de quando nascemos, e tudo o que fazemos entre uma coisa e outra são o que nos definem, assim como o que optamos por não fazer. Eu optei por esperar por tudo mesmo com o risco de acabar sem nada, e no mundo real isto é o que faz de mim único. Ridículo? Não sei. Mas único, certamente, na minha estranheza. Meço minhas glórias por momentos que me tiram suspiros, que fazem meu coração bater mais ráp

Mais do que tudo

Eu juntei os pedaços do meu coração partido um a um e não foi fácil. Eu saí por aí e comecei a sorrir de novo, a rir de novo, a viver de novo. E foi bom por um momento; honestamente, eu nem me sentia como eu mesmo. A melancolia deu lugar a algo novo... Felicidade. Mas agora eu me sinto vazio; não porque me sentia mais confortável nadando em minhas próprias lágrimas, mas porque depois de ver este velho coração - que alguns até dizem que não viveu nada ainda - ser estraçalhado tantas vezes, não pude deixar de senti-lo desgastado. Como se estivesse esgotando-se emocionalmente a cada paixão, e aos poucos vê sua esperança acabar. Empresto vida demais para quem sequer empresta um pouco em troca. Temo que no fim não sobrará nada de mim, e que toda essa agonia pode ter sido vão. Vi meus sonhos desaparecerem; antes esperava ansioso pela noite para deitar a cabeça no travesseiro e apenas sonhar com o amanhã. No final do dia, a realidade é um grande muro no qual todos nós trombamos, e meio

O mundo real III

Se dizemos que há o mundo real é porque paralelo a ele existe o nosso próprio mundo; às vezes apenas recluso, às vezes secreto, e às vezes até mesmo imaginário. Por encontrar-me constantemente caminhando sobre a linha tênue que separa a lucidez da loucura, o perigo de perder o equilíbrio finalmente veio a mim. Minhas neuroses parecem tão inocentes, imagine perder o controle sobre elas, e eventualmente perder toda a autonomia sobre mim mesmo. Só de pensar que já cheguei tão perto de cruzar a linha me faz arrepiar, ao questionar o que há de tão bom no mundo real. Poderia me perder dentro do meu próprio mundo imaginário ou pior, poderia tentar ao máximo torná-lo real, e ver o mundo lá fora como a verdadeira ilusão. Afinal de contas, com todo o mal que existe, por que não prender-me às minhas alucinações? Qual é o mal de acreditar em algo que não existe? Isto é, enquanto você souber que não existe tudo bem, mas é uma linha tão fácil de cruzar que podemos até mesmo já tê-la atravessado

As últimas palavras que desperdiçarei com você

Como posso sentir falta de algo que nunca tive? Perder algo que nunca foi meu, e ainda assim deixou um vazio quando se foi. Na verdade, é um vazio que já estava aqui há muito tempo, e apenas dei-lhe seu nome para tentar trivializar a dor. Não estou feliz, estou sentindo que deveria estar feliz pois não há prova concreta de que eu deveria sentir o contrário. Sim, eu era feliz com você, mas pelas razões erradas. Por que deixar o vazio anular tudo de bom que eu realmente tenho? Ainda mais porque é algo que eu nunca realmente tive. Cansei de mim e cansei de você, já que nunca fomos “nós”. Eu quero o que sempre quis; repitam comigo: amor. Já que não sou tudo para você, que tal eu me tornar nada? Você disse para eu seguir em frente, mas para onde vou? Não faria diferença se você continuasse aonde está ou se estivesse do meu lado; você ainda estaria longe de mim. Você estará sempre inalcançável para mim, e em parte talvez seja isso que me atrai tanto. A paixão improvável, o sonho impossí

Mulheres bonitas

Mulheres bonitas sabem que são o centro das atenções quando adentram um recinto; nos fazem perder a cabeça e ainda torcer o pescoço para a olhadinha final quando passam, deixando-nos apenas com nossoas pensamentos lascivos e seu perfume no ar. Quando aparecem as vemos de longe, e tornam-se só o que vemos, ofuscando pedestres, sinaleiros, e qualquer outra ordem social que nos tenta impedir de darmos a olhadinha. Alguns preferem quando chegam, alguns preferem vê-las passar; a ida e a volta trazem ângulos diferentes para serem apreciados. E além de pararmos tudo para vê-las, também fazemos de tudo para sermos vistos por elas; construímos foguetes, dividimos moléculas, combatemos a fome, engajamo-nos à causas sociais, dentre as técnicas mais comuns. Cuidamos da nossa aparência, nosso visual, malhamos, falamos grosso, compramos presentes, mandamos flores, orquestramos as mais improváveis situações, sempre parecendo acidental, apenas para dizermos “oi”, na esperança de que lembrarão dos n

Morescismo

Deve ser legal elaborar uma teoria tão envolvente a ponto de atrair seguidores e dar às suas idéias seu nome para perpetuar através da história. Se eu conseguisse atribuir coerência o bastante na minha incoerência, talvez se tornaria algo memorável; algo a ser estudado posteriormente. Talvez minhas irracionalidades somadas dessem alguns bons livros, fortes o suficiente para sobreviverem ao longo dos anos e tornarem-se clássicos. Poderiam fazer um filme – Robert Downey Jr. ou Hugh Jackman poderiam fazer o meu papel (ou se o Matthew Perry não estiver ocupado). E as mulheres, ah… Poderiam fazer algo como a cena de abertura em “ Nine ”, mesclando todo aquele Existencialismo com alguns toques de neurose. Imagine, poderiam usar a frase, “ Isto é tão Morescano ”, com toda a grandeza que uma escola de pensamento possui. Ser o precursor de um zeitgeist contemporâneo, e marcar época como um grande pensador. Tornar-se uma lenda em meu próprio tempo, e deixar minha marca daqui para a eternidad

Ainda louco depois de todos esses anos

Talvez eu me sinta desorientado por tudo isto, esses sorrisos que tomaram o lugar das lágrimas, porque isto significa que a chama se apagou. Não totalmente, mas a busca incansável, a tortura e a espera, a agonia e o êxtase, terminaram de queimar junto às minhas ilusões, agora apenas cinzas do que um dia foram grandes sonhos para um futuro incerto, tudo se foi. Aqui estou de pé no mundo real sem o que temer pois percebo que na verdade, mesmo nos meus momentos mais solitários, eu nunca estava sozinho. É loucura ser pego de surpresa pelo contentamento? Havia conforto na procura pela felicidade, havia ansiedade, paixão, um motivo para acordar de manhã... Estou feliz, finalmente, sem mais. E deveria estar feliz por isto também, não deveria? É tudo muito novo para mim, esta calmaria, esta pessoa que não impede mais que outros se tornem parte dele, que se apresentem e conheçam seu coração que ainda bate forte no peito, e não deixou o que ainda havia de vida se espairecer no ar. O que sob

A curva da normalidade

Não tem nada de normal na sociedade a não ser pelo fato de que todo mundo é estranho… Entende? Eu tenho medo das pessoas que dizem não ter pelo menos um pé “ fora da casinha ” porque essa tal “ casinha ” sufoca e, quando menos se espera, o sujeito surta e acaba com os dois pés para fora da casinha… E provavelmente sem teto também. O que gente normal faz da vida? Certamente, falta assunto. Ou quem sabe o maior sonho dos normais seja um dia desenvolver uma neurose, uma desordem, um tique nervoso, qualquer coisa fora do padrão, só para ter noção do que todas as outras pessoas estão falando. Honestamente, deve ser anormal ser normal. Gosto de ser uma bagunça; é quem eu sou. *** As pessoas mais lúcidas estão sempre no limite da razão.

Meu superego, meu eu

Freud explica a estrutura da nossa consciência como um iceberg à deriva, onde apenas a ponta que fica fora da àgua representa a parte que está sob nosso controle. Enquanto isso, Freud também explica que existem três outras estruturas que comandam a ponta do iceberg; nossa natureza selvagem e primal cro-magnon de cada um (o Id), nosso senso de auto-limitação que restringe nossas ações pelo bem da ordem social (o Superego), e o equilíbrio que deve haver entre ambos para mantermos nossa saúde mental (o Ego). Mas quando nosso iceberg passa a ser liderado por apenas nossa natureza ou nossa auto-censura, o desequilíbrio gera um caos na pessoa capaz de desencadear neuroses, complexos, patologias e muita, muita dor de cabeça. E como se já não bastasse a dificuldade de manter minha cabeça fora da água, imagine então manter o equilíbrio de um iceberg. Afundar na loucura parece fácil meio a um mar de neuroses, mas é um risco que todos devem correr. Perigo em mar aberto contra a insanidade em

Talvez amanhã

Às vezes eu gosto de deixar minhas crises tomarem conta para ver o quanto minha sanidade é empurrada até o limite, e sempre me surpreendo com até onde consigo chegar sem romper com a lucidez… Eu acho. Está difícil, falta ar, meus pés doem, mas a cabeça ainda está erguida. Estou tentando seguir em frente mas não consigo me livrar da sensação de que estou parado no mesmo lugar há meses… Desde que você foi embora, e ninguém preencheu o vazio que você deixou. Quer dizer, eu não deixei que tentassem. Deixar seu lugar reservado, mesmo sabendo que você mesma nunca fez questão que eu a esperasse, é o que me reconfortava quando o mundo real batia na minha porta e dizia que estava na hora de sair desta ilusão. Mas não, eu evitei a realidade o máximo que pude, e me escondi do mundo em minhas fantasias – o meu mundo, que eu sabia no fundo da minha alma que seria o único lugar que não me desapontaria. E passei a exigir mais das pessoas que estavam dispostas a ver além da minha condição crítica

Onda de calor

Todo homem tem momentos de medo e dúvida no meio da sua caminhada que o faz repensar o caminho que está trilhando. Claro, eu tenho minhas trilhas sonoras para ouvir durante a jornada, mas ultimamente minha visão tem ficado um pouco cansada. Começou com algumas visões… Na verdade eu deveria dizer que foram alucinações, porque definitivamente não eram minhas fantasias normais; ele simplesmente aparecia e cantava a música… “ How can you mend a broken heart… ” E quando Al Green parou por um tempo, Gloria Gaynor começou a me seguir por aí, cantando sobre amor, sobre a minha vida, e sobre como eu nunca conseguiria dizer adeus. Ao longo do tempo eu me acostumei; outros artistas apareceram com melodias que expressavam claramente meu sofrimento; Barry Manilow compreendia minha solidão, Vonda Shepard assimilava minha vontade de amar e ser amado, e Barry White me dava forças para manter meus castelos de areia em pé, e que alguém que está por aí e eu ainda não conheci seria a resposta para to