Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de junho, 2009

120, 150, 200 km por hora

As coisas estão passando mais depressa O ponteiro marca 120 O tempo diminui As árvores passam como vultos A vida passa, o tempo passa Estou a 130 As imagens se confundem Estou fugindo de mim mesmo Fugindo do passado, do meu mundo assombrado De tristeza, de incerteza Estou a 140 Fugindo de você Eu vou voando pela vida sem querer chegar Nada vai mudar meu rumo nem me fazer voltar Vivo, fugindo, sem destino algum Sigo caminhos que me levam a lugar nenhum O ponteiro marca 150 Tudo passa ainda mais depressa O amor, a felicidade O vento afasta uma lágrima Que começa a rolar no meu rosto Estou a 160 Vou acender os faróis, já é noite Agora são as luzes que passam por mim Sinto um vazio imenso Estou só na escuridão A 180 Estou fugindo de você Eu vou sem saber pra onde nem quando vou parar Não, não deixo marcas no caminho pra não saber voltar Às vezes sinto que o mundo se esqueceu de mim Não, não sei por quanto tempo ainda eu vou viver assim O ponteiro agora marca 190 Por um momento tive a sensa

Desapaixonar-se

Medo. Por isso fiz o que fiz. De onde estou hoje, percebo que nada que eu conquiste preencherá o vazio criado por atitudes tomadas a partir do medo. Medo de te perder, não por quaisquer dramas que eu por ventura alimentasse, mas para evitar que você me deixasse. Insegurança talvez também sirva de justificativa, mas a única palavra que me vem em mente é medo. Medo do que parecia ser inevitável. Por isso, para tentar minimizar a dor, decidi fazer primeiro o que você provavelmente faria. E eu admito; por um momento, eu sinceramente achei que machucaria menos. É isso que mais me apavora; eu precisei me arrebentar, quebrar minha cara em mim pedaços, para descobrir que eu estava errado. É... Eu ainda te amo. E não estou surpreso. *** Por outro lado, estou pegando prática em dizer adeus. Só não sei se isso é uma coisa boa. *** Quase 18 anos e ainda desabafando em um caderno. E não vou parar enquanto... Enquanto eu não souber como terminar esta frase.

O único amor que tive

Era uma vez Há muito tempo atrás Eu achei que deveria te deixar Eu achei que você deveria ir embora Nunca realmente disse adeus Nunca sequer escutei você chorar E mesmo depois de tanto tempo, é difícil dizer O único amor que tive, eu mandei embora Ah, mas você era jovem Mais jovem do que eu pensava Espero que me perdoe Eu era jovem também Eu realmente achei que sabia O que era melhor para você e eu Mas depois de tanto tempo, é difícil dizer Porque o único amor que tive, eu mandei embora Às vezes, enquanto fico deitado aqui no escuro Me pergunto aonde estás dormindo Ou se você sequer pensa em mim Você está aquecida? Você está feliz aonde está? Você ás vezes sente vontade de chorar quando os verões se tornam invernos? Você sequer pensa em mim? E então eu mando isto Para aonde quer que você esteja Para dizer que ainda te amo Você ainda faz parte de mim E se você puder encontrar um jeito Eu estarei esperando pelo dia Em que você possa sorrir

Cidade fantasma

Eu tive um pesadelo ontem à noite. No sonho, eu estava cercado de pessoas em um grande corredor, frente às portas de salas que pareciam não ter nada dentro. Na minha frente, estava outra pessoa, com uma cara desapontada. Não havia som no sonho, mas pelo que pude identificar em sua face e o modo como proferia suas sentenças, tudo dava a entender que a pessoa estava gritando sobre algo. Quando acordei, percebi que não era ilusão; era uma briga que tive ano passado, e a culpa que eu ainda carrego estava apenas começando a se expressar. Ao longo do dia, fui relembrando uma série de desentendimentos passados cujos quais não superei totalmente; alguns pequenos porém marcantes, outros escandalosos e irreparáveis. Cada um recheado com sua própria parcela de culpa que, aparentemente, ainda pesava em mim. Mais do que eu imaginava. Quando saí de Londrina, deixei para trás grande parte de minhas angústias, mas algumas ainda encontraram um meio de se infiltrar em minha bagagem e me seguiram. Ac

Guerra fria

Enquanto espero a hora exata para sair de casa e ir trabalhar, sentado frente ao computador e tremendo de frio graças ao clima temperamental lá fora, eu percebo o quanto eu estive brigando... comigo mesmo. Ao criar inúmeras regras e ilusões de como a vida deveria ser, acabei estabelecendo padrões altos demais e quase impossíveis de serem alcançados, sempre levando a desapontamentos no fim das contas. E para que? Eu poderia estar me divertindo há muito tempo, se não fosse por mim mesmo. Dizem que tudo depende da atitude, de como encaramos as mudanças que ocorrem na nossa vida, e da verdade universal sobre nada ser tão bom como gostaríamos, nem tão ruim quanto tememos. Talvez seja o frio, talvez seja o turbilhão de novidades que quase fez com que eu me perdesse, mas perdi a noção de tudo isso. Isso explica porque sempre havia chocolate ou cerveja por perto.

Cro-magnon

Eu não ligo se nada disso não tiver sentido. Fico feliz só pelo fato de estar escrevendo de novo. *** Há anos eu venho tentado descobrir o que tem de errado com a minha natureza. Estudos antropológicos já demonstraram mil relatórios sobre a tal da natureza humana, exemplificando e comprovando a teoria de que, se soubermos de onde o homem veio, é possível saber para onde ele vai. Acho tudo muito simplório; gosto de pensar que o ser humano não é tão previsível. Mas estou perdendo o foco. Eu não gosto de futebol, não só por causa da minha falta de capacidade motora, mas simplesmente porque a atividade em si - correr para lá e para cá atrás de uma bola por oitenta minutos - não parece possuir finalidade alguma. Adoro colocar ketchup em tudo, absolutamente tudo, mas odeio tomate. E talvez a característica mais peculiar de todas; meus ideais provaram ser tão sólidos, ou ao menos convincentes o bastante, para causarem que eu me tornasse extremamente exigente e provinciano - result

Meu alguém

Algumas vezes parece que escrevo especialmente para um alguém que ainda não conheci, mas que sei que está por aí. Tudo que tenho a fazer é encontrá-la. E então, existem as vezes em que tenho a sensação de que, independente do que aconteça, eu sempre faço as escolhas erradas. Eu já nem tento entender mais; só vou levando. Eu estava assistindo a uma série noutro dia, onde dois personagens conversavam sobre uma música de um filme antigo cujo nome não lembro. A música se chamava “goodnight, my someone”, e fala de uma pessoa solitária que canta todas as noites para alguém que não está ali, pois é o único modo que ela tem de expressar seus últimos rastros de esperança. Não sei, mas senti que a conversa também era comigo. Também existem momentos onde penso em algumas pessoas em especial com o mesmo sentimento, mas acho que não é a mesma coisa. Seja lá o que tudo isso signifique, vou aproveitar minha taça de vinho enquanto não encontro meu alguém. É mais fácil de aceitar isto do que o fato de