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Mostrando postagens de 2009

O que acontece aos corações partidos

É a mesma sensação de sempre. Você não consegue abrir mão, não consegue se despedir, e a cada instante que se passa quando parte fica claro o quanto você amou. Os nomes mudam, os cenários se alternam, mas a essência é única. Quando se cultiva um amor que não vinga, de todas as emoções a perda é a mais gritante. De repente, você se sente sem coração, e morre. E morre um pouco mais a cada dia que cultiva a dor. Porque a dor é a única maneira que restou de se conectar com a pessoa que você amou, já que ela se foi. Mas o que acontece com aqueles que amam tanto a ponto de depositar todas as suas esperanças de serem felizes em outra pessoa que não demonstra a reciprocidade pela qual rezavam? É a mais irresistível ilusão, recheada com a maior de todas as dores que uma pessoa pode ter; projetar seus sonhos em alguém que não sente o mesmo, apenas para ser confrontado com o momento da verdade. O momento em que se descobre como estava gritando para o mundo que estava apaixonado, sozinho. Um amo

Acordando normalmente

Bom humor matinal não depende de mim ou do mundo, é uma anomalia emocional que ocorre quando menos espero e quando mais preciso. E não depende também de qualquer variação do meu ritual: bocejar, espreguiçar, arrastar-se até o banheiro, jogar água fria na cara até parecer humano de novo. Claro, o mundo participa também; os pássaros cantam, o vizinho faz barulhos estranhos ao sair pro trabalho, a dona-de-casa do apartamento da frente liga o axé no máximo para limpar sua casa mais graciosamente - ou não - e meu celular tem a hora programada pra tocar " So Happy Together " do The Turtles (daquela propaganda do Ford Focus no final do ano passado) para fazer com que eu abra os olhos e volte à realidade. Ah, e café . Café é vital, agora. Depois de anos adepto ao tradicional leite com toddy (nem Nescau, Toddy mesmo), eu agora tomo " a bebida que gente grande bebe o dia todo pra continuar funcionando " (acho que minha mãe disse algo parecido pra mim, em algum ponto da min

Sobre viver a vida

Quando a vontade de escrever bate, tem que seguir com ela até o final. Sem mais nada de produtivo pra fazer a não ser atualizar o twitter a " less than 5 seconds ago from web " e curtir os flashbacks que só o media player no aleatório pode proporcionar, eu decidi passar pelo Jornal Nacional no mudo para, pela primeira vez na minha vida, pegar uma novela do começo. Afinal, agora não tem mais mãe lá na sala pra me explicar a história quando eu resolver assistir quando saio da minha caverna pra jantar em família. Da Índia pro Leblon, tudo bem, Manoel Carlos , a gente entende. Helena , claro, a gente entende. Título com subjetividade universal, entendo muito bem. E dessa vez, nove meses depois da Flora ter sido presa, eu não me sinto mal por começar outra novela na segunda assim, depois de um final na sexta. (Só um comentário aleatório; William Bonner fica bem engraçado no mudo, experimente. Ouvindo: The Winner Takes It All - não a versão maníaco-dramática da Meryl Streep ,

Acima do normal

Eu juro que ouço essa palavra todo dia, e estou repetindo aqui de propósito. Simplesmente para ver se alguém também se dá conta disso. Na maioria daz vezes, é usada pra descrever uma sensação, um lugar, uma atitude, um pensamento, o tempo lá fora, enfim. Outras vezes, é o que uma pessoa espera atingir na esperança de não ser julgada por outros e sentir a comodidade de “se encaixar” na sociedade, e então perder tempo com outras coisas. O que eu não entendo é essa busca sem sentido pela normalidade; que graça tem? Ser igual a todo mundo, fazer as mesmas coisas, sem nunca sair da rotina, só porque a televisão mostrou que aquela menina que dança “ A Little Less Conversation ” no corredor de casa tem síndrome de down. Eu faço a mesma coisa, quando o espírito do Barry White baixa aqui ( you’re my first, my last, my everything, yeah baby), e consigo comer sem babar (exceção clássica: cachorro-quente), e andar na rua (grande parte do tempo) sem trombar em nada. Tio Raul já dizia que excercit

Segunda-feira, 15:35.

É, a tarde de hoje foi bem produtiva. Mas sabe, o que realmente acontece depois que se encontra o amor? A pessoa fica feliz, e só? O drama acaba, as inseguranças se acalmam, as lágrimas secam, o coração pára de pular... fim? Talvez eu seja louco, ou apenas masoquista, mas isso me parece bastante chato. Eu gosto da busca, a procura incansável; essa é a graça. Quanto mais se está perdido, mais se tem a esperar. Quem diria, eu estou feliz e nem tenho noção.

Pensando em você

Hoje eu me lembrei daquela frase que diz que a vida se baseia nos momentos em que perdemos o fôlego, e já faz algum tempo que eu venho reparando em como eu ando suspirando bastante, com tudo que me acontece. Só que em vês de suspirar por algum amor perdido ou por prender meu dedo no freezer sem querer, dessa vez foi puro tédio. Aí eu caí num dia tipo “o-que-posso-fazer-pra-mudar-minha-vida-hoje?” e decidi tentar um experimento bastante desafiador: pensar antes de falar e agir. Sistema de filtragem: ligado, e assim foi. Sabe como se descobre que se fala muita merda? Quando se pensa antes de falar e o silencio se torna constante. E digo mais, é melhor do que exercitar a paciência.

O tipo de coisa normal

Demora um pouco pra se perceber, mas depois de muita observação a outros seres huamnos e suas manias ao longo dos anos, posso honestamente dizer que o mundo é feito de pessoas estranhas. Mas por que não nos avisam? Quando crianças, por que não nos ensinam na pré-escola que as pessoas são bizarras, assim não nos sentiriamos tão mal com nossa própria estranheza, e talvez até seriamos mais mente-aberta quanto ao estranho. Pense na pessoa que você julgou ser estranha e tirou da sua vida; ela é mesmo pior do que os estranhos que você ama, e até sente falta? Resumindo, somos todos submetidos a uma lavagem cerebral para acreditar que as melhores pessoas são normais e atraentes, mas talvez não sejam! Talvez os estranhos sejam mesmo as pessoas mais legais, e a culpa é nossa por estar ignorando-os. Afinal de contas, ainda estamos sozinhos. Estamos, definitivamente, esquecendo de alguma coisa. *** Normal é o meio-termo entre o que você quer e o que você pode ter. *** Não som

O efeito dominó

Segredos, mentiras, e mágoas são resultados do que acontece todos os dias quando as pessoas menos esperam, quando se vive num mundo sem amor . Em vês de corações abertos, tudo que se encontra são ironias e sarcasmos engatilhados, prontos para serem atirados contra alguém que, curiosamente, ainda acredita que aquela coisa estranha chamada amor possa mesmo, apesar dos apesares, conquistar tudo. A partir disso, ocorro todo aquele efeito dominó: uma pessoa quebra a cara, que por sua vez torna-se fria e acaba por esmigalhar as crenças de outro em seguida. No fim, o que nos resta para acreditar a não ser na tal realidade, com toda sua frieza e senso de que fantasia só pode existir até quando, digamos, você começar a pagar seu próprio aluguel. Encarados com tantas calúnias, a única coisa que resta perguntar é: nos dias de hoje, exatamente quão perigoso manter um coração aberto é?

A dor maravilhosa

Eu fui pra cama à uma da manhã, e ainda estava acordado às duas e meia. Não haviam mais palavras, já havíamos dito todas. Depois daquilo, eu sabia que tinha acabado. Será que eu realmente amei? Ou estava apenas viciado na dor? A dor maravilhosa de querer alguém tão inatingível. Eu queria ir até ela, mas me senti amarrado aonde estava. Uma parte de mim estava me segurando, sabendo que já tinha ido longe demais, atingindo meu limite. E assim, eu me desprendi do amor. Eu estava livre, mas não tinha nada de maravilhoso nisso.

Se for só na sua cabeça

É fácil se perder quando se segue o coração o tempo todo. Num piscar de olhos, dá pra perder amigos, oportunidades únicas e até mesmo uma vida; basta esquecer que tem cérebro e deixar que seus batimentos cardíacos tome decisões por você. Isso só não se aplica à exceção clássica: amor. Não se escolhe a quem amar, até aí todo mundo sabe, mas o que o mundo cisma em impor é que é sim possível decidir por quem sofrer – para não dizer, que dá até pra não sofrer por ninguém. Depois de inúmeras cartas de amor, lágrimas de arrependimento e pedidos de desculpas, a tendencia é de que o garoto ingênuo e apaixonado que existe dentro de cada homem morra pouco a pouco ao longo do caminho rumo à maturidade. Quando não passa de um garoto ingênuo dentro de um garoto mais ingênuo ainda, acaba demorando mais ainda. Mas acontece. Acreditar no amor é algo que envolve tempo, imaginação fértil, castelos em cima de sonhos, coragem de admitir para o resto do mundo que você não vai pegar a garota bêbada da f

Tudo normal até que...

Sabe aqueles dias em que você sente que não pode chegar perto de outros seres humanos, para o seu bem e a segurança deles? É um dia em que todas as forças do universo se conciliam estritamente para te irritar, e conseguem. Você pode até, no maior dos milagres, acordar de bom humor num dia assim, mas com um piscar de olhos, de repente tudo e todos tornam-se malditos que só apareceram no seu caminho para testar sua paciência, geralmente com coisas pequenas e perguntas insignificantes. As pessoas dizem que você não pode ficar estressado, você as manda pra bem longe , e o dia vai piorando. Todos tornam-se alvos e não há quem você não imagine que exploda e te deixe em paz. E, claro, a hora no relógio não passa para que você volte para casa o mais rápido possível, sem ferir ninguém. Você questiona se as ordens do seu chefe no trabalho são de verdade, ou se são só pra te irritar, você não liga pra colega escrota que não te cumprimenta, e você nem se preocupa em servir direito o cara que ped

Motivos normais

Na maioria das vezes, medo é o que separa as pessoas daquilo que mais querem. Medo de admitir que errou, e que sente falta. Medo de perceber que talvez fez a escolha errada, e de aceitar em vês de se afogar em arrependimento. Eu não tenho, nem nunca tive, medo de querer alguém para amar. Porque eu tive uma vez, e era tudo. O que me amedronta agora é a possibilidade de nunca te ter de novo. Ou talvez, eu nunca tive de verdade. *** Sabe aquela calma que só o desespero dá? *** As pessoas gostam de dizer “muito pouco” pelo mesmo motivo que se apaixonam pela pessoa errada: atração por contradição. E nunca falha.

Amanhecer

Morrer é fácil. O coração pára de bater, você vê uma luz branca, e caminha em direção à eternidade, deixando para trás a vida que sequer chegou a conhecer por completo. Ruim mesmo é morrer enquanto ainda se está respirando, porque a dor não pára. É um momento inexplicável quando paramos por um segundo para perguntar a si mesmo: “pelo quê eu estou vivendo?”, e encontrar-se sem resposta. Talvez seja pela família, pelos amigos, o trabalho, ou quem sabe a vontade de realizar todos os sonhos pelo qual aspira, antes de parar de respirar. Alguns nem param para pensar nisto; dizem que a vida foi feita pra ser vivida e nada mais, e não estão errados. Mas ao encarar-se com o fim de uma vida alheia, a tendência de tirar alguns instantes para analisar a própria é quase inevitável. E na maioria das vezes, não sabemos exatamente porque levantar da cama de manhã. Todos queremos realizar algo em nossas vidas antes de deixá-la; algo significativo. Seja a emoção de um romance, a alegria de criar uma

O dia em que a terra tremeu

E então, eu decidi ficar louco. Se deu certo pro Raul ... *** Lembra de como você costumava ser impulsivo; espontâneo a ponto de não pensar duas vezes antes de sair de casa para procurar alguém a quem você devia desculpas. Espontâneo a ponto de dizer e fazer tudo que pensava, tudo que queria, sem temer os olhares dos outros em volta. Você não se preocupava em dormir cedo para descansar; dormia cedo para que a noite passasse rápido, para que pudesse rever todos aqueles que ama no dia seguinte. Você costumava guardar os segredos de todos, e em troca dar-lhes os seus pois sabia que estariam seguros também. Você não se preocupava tanto com dinheiro; as coisas que te faziam feliz não tinham preço. Você ássava horas conversando sobre coisas sem sentido, e se sentia bem com isso. De repente, as coisas – e as pessoas – precisavam ter uma espécie de “conteúdo” para chamar sua atenção. Estranho como você nem sabe definir bem que tipo de “conteúdo” é esse. E aí, você cresceu. Conseguiu

Momentos definitivos

Ao longo dos anos eu passei a acreditar que não existem grandes histórias de amor sem lágrimas, um enredo dramático, agonia, extase, e uma boa dose de insanidade. Após alguns meses de adaptação e uma grande quantidade de ócio em mãos, eu consigo perceber agora como 2009 está sendo o ano definitivo da minha vida – até mesmo divido em momentos marcantes. Passados a dramaticidade do ato I e o aprofundamento do ato II , estou ás vésperas do meu “ começo de fim de ano ” e mais ansioso e amendrontado do que nunca. Porque , depois de deixar minha cidade , meus amigos , começar a trabalhar , começar (e parar ) a faculdade, morar sozinho , sem contar as brigas , os dramas , as lágrimas , o beijo , um assalto, aquele casamento de não-sei-quem, a dispensa do exército, a primeira geladeira , as pessoas novas , as piadas novas , as músicas , e aquela vez que vi um pombo dançando na rua , eu posso dizer que estou vivo, e me divertindo pra caramba. O que mais pode acontecer? Então, eu senti al

O mundo real II

Alguns problemas parecem tão complicados que se esconder debaixo das cobertas não faz com que desapareçam. Então eu levantei, com meus olhos inchados e o corpo lentamente reaprendendo a se mexer e me arrastei até o banheiro, joguei água no rosto algumas vezes até ser considerado humano de novo e saí por aí. E foi um daqueles dias. Ao encarar mais e mais divergencias, imprevistos que me deixam acordado noite afora e uma série de angústias que me fazem duvidar da minha saúde mental, por mais frágil que seja, eu me pergunto: o que tem de tão bom no mundo real? Apesar de que, talvez, nem seja por opção própria. Afinal, o sol ainda nasce e os pássaros ainda cantam, mesmo sem você estar aqui. Então eu decidi continuar escrevendo o que sinto, e compartilhando isto com quem tiver interesse e paciencia de entender. Porque por mais problemático que eu seja, algumas vezes a culpa é do mundo e não minha. Vou voltar para debaixo das minhas cobertas, com a consciência limpa. *** Acho q

Palpite

Tenho tido algumas angústias bem estranhas ultimamente. Angústias que, ao analisar mais profundamente, não passam de meros momentos de fraqueza. Fraqueza e ansiedade, por não ter te encontrado ainda. Eu não sei quem você é; não sei se é loira ou morena, alta ou baixa, não conheço o tímbre da sua voz ou a real sensação do seu toque, mas sei que te amo. Apesar de tudo que anda acontecendo, eu ainda não desisti de esperar por você. E eu mal posso esperar para dividir minha vida com você. Cometi erros inúmeras vezes, e por pouco não deixei que sua tão sonhada presença escapasse de meus planos, mas ainda acredito que você está por aí. Tanto é, que não decidi voltar para casa ainda. Tenho um palpite que você está mesmo por aqui; só preciso abrir mais os olhos. Ainda não sinto que enlouqueci, a esperança está me mantendo vivo. De certa maneira, gosto até de pensar que você está me procurando também, mas vivemos nos desencontrando. Ridículo, não é? Mas é algo que preciso manter em mente qu

Uma faísca na escuridão

Em alguns certos raros momentos, uma onda de calmaria me atinge e eu consigo sentir plenamente que estou feliz - ou, então, que estou muito perto de conseguir. Só não consigo ter plena certeza de que é mesmo de você que eu sinto falta, ou de alguma outra pessoa. Quem sabe, pode até ser aquela pessoa com quem sonho, e ainda não cheguei a conhecer. Apesar da calma e o relaxamento, me encontro exatamente no meio da jornada: sem querer voltar da onde vim, e sem saber pra onde vou. Também não é a primeira vez que me sinto assim; outrora, me convenci de que o melhor estava por vir e assim consegui continuar trilhando meu caminho - eventualmente encontrando a parte boa que supostamente acreditei estar, até então, adiante. Hoje, já não me parece algo tão simplório. Na vida, de vez em quando, devemos acreditar em algo sem completa fundamentação para conseguir passar pelo presente. Por isso eu repito a mim mesmo, tudo aquilo sobre o amanhã. Com meus erros me atormentando e minhas vitórias se

Sozinho de novo

Eu tinha um plano, e pelo que me lembro - seis meses atrás - até fazia sentido. Eu estava fazendo uma mudança na minha vida que me levaria a uma graduação de sucesso, a companhia de uma família, e ao encontro do amor que eu sempre sonhei. E, somando estes sonhos, eu seria feliz. É, eu acreditava nisso, mas a realidade sempre dá um jeito de me contradizer. Meu plano não envolvia assaltos, a força armada brasileira ou até mesmo doses de tequila, mas é o que anda acontecendo por aqui. E quanto mais meu otimismo tenta se agarrar á tal filosofia do “não-procure-pelo-amor-pois-ele-vem-até-você”, mais ele se cansa. Como resultado, outro estilo de vida lentamente se estabelece: solidão. E o problema está exatamente na crença de que o amor simplesmente aparecerá mesmo que você não faça nada; sejamos honestos, quem foi o escroto que inventou isso? Pergunte aos seus amigos ou procure nas pessoas que você conhece; sobre quantas delas você pode dizer, “a pessoa certa simplesmente apareceu”? Se

O normal a ser feito

Sempre que eu sinto meus instintos dominando a melhor parte de mim, eu tento me lembrar da filosofia de vida que me não me deixa jogar tudo pro alto e sair correndo: dê tempo ao tempo, você vai adorar o amanhã. Na maioria das vezes, funciona; eu acordo na manhã seguinte muito mais relaxado e com a sensação de que daqui em diante tudo vai dar certo. Pelo menos, é algo no qual eu preciso acreditar, por razões que não conheço bem. E uma vez mais, nada disso faz sentido. Por mais que eu tente, não consigo expressar de outra maneira - ou, com outro tipo de vocabulário senão este que respinga subjetivismo. E estou aprendendo a não me incomodar tanto com isto também. A questão aqui é que eu me perdi; saí da minha cidade e larguei uma vida toda pra começar uma fase nova, enfrentei obstáculos que não esperava e dei meus pulos, mas eventualmente me perdi. E aquele negócio de procurar o normal a ser feito agora já era. Estranho mesmo é não me arrepender de ter largado a faculdade ou de continua

Uma vez na vida

Demora certo tempo para perceber, mas em algum ponto da vida chega o momento em que descobrimos que amor e felicidade na verdade não são sinônimos. Eu tenho amor na minha vida; uma família querida que está longe de mim, apenas aguardando minha próxima visita, amigos leais que não se esqueceram de mim mesmo longe da internet, e uma cidade que ainda guarda meus eternos sonhos e esperanças de, um dia, combinar todo esse amor com a felicidade cuja qual procuro. E eu não me importo se ninguém se preocupa em ler meus apelos. Até mesmo por que grande parte dos que liam, em lágrimas passadas, não compreendiam completamente o que eu tentava expressar. Tudo que quero é escrever o que sinto, e compartilhar isto. E o que eu sinto ainda é você. Em dias mais otimistas, e até mesmo nos abismos de pessimismo nos quais me afundo às vezes, eu acredito na velha teoria sobre ter apenas um amor na vida. Um amor que, mesmo por mais que se tente, não é possível se esquecer. Um amor que eu sinceramente ac

A melhor coisa que já se aconteceu

Existem algumas pessoas que, quando você as conhece e logo após deixarem o recinto, te fazem pensar: “Como eu vivi até hoje sem ela?” Pode parecer ridículo, ou então a melhor coisa que já se aconteceu. O tempo se encarrega; você vai adorar o amanhã.

Lágrimas secam sozinhas

É difícil dizer por quais razões vale a pena derrubar lágrimas, e por quais não vale. Choramos de felicidade quando reencontramos pessoas especiais, e choramos de tristeza quando estas, por sua vez, nos deixam sem dizer quando ou se voltam. Choramos de saudade por tempos que passaram rápido demais, e que tudo que nos resta são memórias dos sorrisos que ficaram para trás. Choramos secretamente e nunca contamos a ninguém, pois os porquês não teriam sentido para ninguém senão nós mesmos. Choramos por não conseguir abrir mão, não conseguir seguir em frente, e quase nos afogamos em lágrimas até mesmo por motivos que, cinco minutos depois, parecem tolos. E então, existem momentos em que, por mais dolorosos que sejam, não derrubamos sequer uma lágrima. É um sinal de que a dor está passando. E as lágrimas, enfim, secam sozinhas.

Cro-magnon II

Outra coisa bastante afirmada por antropólogos é o quanto evoluímos desde nossos primórdios, quando ainda éramos todos da espécie cro-magnon. A questão é; evoluímos mesmo? Ainda passamos grande parte do nosso tempo enclausurados em nossas respectivas cavernas, deixando-a apenas para propósitos de caça e coleta, ocasionalmente trombamos com neandertais aqui e ali, e cometemos erros cruciais que prejudicam nossa existência e de todos da nossa tribo. Tudo bem, as ferramentas mudaram, o idioma modificou-se de forma mais polida, e a sociedade insiste em crer que estamos caminhando para um futuro mais moderno, mas e quanto a nós mesmos? Em um mundo onde as pessoas ainda ferem, mesmo que acidentalmente, outras que lhes são importantes, e a necessidade por sobrevivência nos leva a cometer atos ainda mais asquerosos independente das conseqüências em jogo, é possível dizer com certeza de que deixamos nosso passado cro-magnon para trás? *** Outro dia eu vi na televisão uma propaganda qu

Sem título

Ao andar sobre a chuva e o luar nublado, horas após a aula ter acabado e sem nenhum motivo aparente para ainda não estar em casa, eu percebi o inevitável: eu estava fazendo coisas idiotas de novo. E para mim, isso só significava uma coisa; a estranheza agora se tornara outra coisa... Outra coisa muito familiar.

Eu queria que você me conhecesse

Ao meu primeiro amor. Eu sei que já disse muitas coisas antes, coisas que você provavelmente já cansou de ouvir, pois decidiu que nada seria verdade. Mas agora eu prometo que é diferente; existem duas últimas coisas que eu gostaria de dizer, antes de sair definitivamente da sua vida. Se puder me ouvir, saiba que serei eternamente grato por tudo que fez por mim, até mesmo quando não percebi suas boas intenções no momento certo e, em troca, tentei te empurrar para longe. É estranho, você veio do nada e do mesmo modo que adentrou meu coração, ali você ficou. Apesar de, assim do nada, tê-lo abandonado fisicamente, ainda guardarei comigo pequenos fragmentos de lembranças dos bons tempos que passamos juntos. Momentos que passaram tão rápido, e nos mudaram tão radicalmente, que até parece surreal. Mas cá estamos; eu aqui, você aí, e a vida continuou. Disseram-me para seguir em frente, e eu admito que não sabia para onde ir, sem você do meu lado. Porém, a vida me empurrou para frente e, pela

Interessante

Instantes após conhecê-la, a coisa mais estranha começou a acontecer: eu procurava qualquer desculpa só para pronunciar seu nome. Foi quando percebi que gostava de pronunciá-la tanto quanto gostava de estar conversando com ela, lado a lado com ela, observando ela. Não me cansava de observá-la com o canto do olho, da maneira mais discreta que pude, para não criar comentários. Após dizer “boa noite”, eu tive dificuldades para criar uma imagem mental do seu rosto; tudo que eu conseguia me lembrar era de um sentimento. E as estranhezas continuaram; no dia seguinte, eu estava literalmente contando as horas para vê-la de novo, apenas para, no mínimo, rever seu rosto. De repente, sensações que não sentia há tempos me invadiram; ela possuía atrativos que me cativavam todo tempo que ela estava no recinto, e meu coração... Meu coração deu um pulo quando ela chegou. E meu coração não pula desse jeito por muita gente. Na verdade, não me lembro da última vez que ele pulara. Tentei ignorar, fi

Um dia maravilhoso

Antes de morrer, o tio do Homem-Aranha proferiu a memorável frase: “ Com grande poder, vem grande responsabilidade ”, e foi exatamente isso que me ocorreu quando meu chefe me ligou com a notícia de que, devido à saída de mais uma funcionária insatisfeita, eu agora seria promovido - de atendente, para caixa. Foi o bastante para me deixar inquieto por alguns bons instantes antes de finalmente cair no sono. No dia seguinte, assumi meu novo posto - eu agora podia ficar sentado o dia todo, e ainda mandar em quem por ventura trabalhasse comigo de agora em diante. O chefe e a gerente se reuniram comigo para passarem o básico; eu agora seria responsável por toda a frente da loja e, ainda por cima, sozinho. De repente, a inquietação transformou-se em medo; medo do desconhecido, medo de falhar, medo de contar errado e ter que arcar com as conseqüências de quaisquer fosse meus erros, diretamente do meu bolso. A idéia de ter uma cobrança ainda maior sobre meu trabalho, e não somente a responsa

Era amor

Sentimentos ás vezes parecem ser tão indecifráveis que, por um momento, parece impossível defini-los sem nos confundir ainda mais. Mas na primeira vez que a vi, eu tinha certeza do que estava sentindo. O sol do meio-dia há pouco tempo tinha baixado e estávamos no meio de uma tarde de quarta-feira qualquer quando nossos caminhos se cruzaram. Foi um encontro tão inesperado, e num cenário tão ridículo, que tudo só parecia ainda mais surreal. Meu coração distraído não a viu chegar. Ela estava usando o uniforme do nosso colégio, assim como eu. Eu ainda o usava por preguiça; cheguei em casa e, antes de sair novamente, não senti necessidade de tirá-lo. Mesmo com as roupas de sempre, ela parecia diferente. E mal sabia eu que, ao retornar para casa, eu estaria diferente também. Ela estava acompanhada por sua irmã, que reclamava constantemente sobre exatamente o fato de ter sido recrutada para ir com ela até a lotérica, já que o apartamento onde moravam ficava apenas a três quadras para baix

Tudo novo, de novo

Talvez o que eu senti no ônibus a caminho de casa, voltando da faculdade com o frio no meu rosto e o pouco movimento de minhas mãos, não seja raiva, mas sim desconforto - daqueles que são momentâneos, sabe? Desconforto pelo fato de que minha rotina foi alterada uma vez mais, como se fosse impossível regularizar padrões durante minha estadia aqui. Ontem foi o desapego de Londrina, depois as complicações da faculdade, os aprendizados no trabalho, e agora chegou a isso; trocar o conforto da van pelo tumulto e agonia de ônibus para ir e voltar da faculdade, tudo em nome do meu novo aluguel. A verdade é que sempre fui irresistivelmente apegado a rotinas; padrões de comportamento do dia a dia, que por sinal fazem até o dia passar mais rápido, ou senão, pelo menos com mais ordem. Eu gosto de organizar minhas tarefas e compromissos, como se tudo pudesse ser previsto, mas sempre deixando uma brecha para planos de emergência - por exemplo, tornou-se de praxe sempre carregar consigo R$2,20; a t

Não tema mais

Existem certas obrigações que encaramos ao chegar em casa após um longo dia de trabalho. Tirar os sapatos na porta, cumprimentar todos, e iniciar todo um ritual de desembarque até finalmente poder suspirar e aliviar-se por estar de volta ao lar. Curiosamente, tal ritual não ocorre quando se mora sozinho. É estranho, mas ao entrar dentro de casa, me sinto... perdido. Não há ninguém que me lembre de tirar os sapatos, muito menos a quem cumprimentar - com exceção de raros encontros com vizinhos no corredor. Não parece haver obrigação alguma, em vês disso há total liberdade de fazer o que quiser até a hora que quiser do jeito que quiser. Foi quando eu percebi que ter tal liberdade chega a ser até assustadora. Por isso é sempre bom ter um alguém esperando por nós. Nem que seja apenas uma carona.

A atmosfera perfeita

É incrível a quantidade de paracetamol que precisei comprar para sobreviver ao inverno daqui. Talvez seja a atmosfera com a qual meu corpo não está acostumado, mas está do jeito que eu gosto. Desde quando consigo me lembrar, sempre tive paixão pelo inverno. É a estação do ano propícia para ficar dentro de casa de pijama e meias, só bebendo coisas quentes, sem ser questionado. Só o que eu não esperava era o alto risco de pneumonia. Vide o paracetamol. Já fazia alguns anos que eu não via o interior de um hospital, mas após passar mal no meio do trabalho, meus superiores decidiram que estava na ora de ver um profissional. “Você já tomou algum medicamento?”, “Naldecon, Neosaldina, Paragripe, Ambroxmel...”. O médico tirou uma longa pausa e me deu um olhar sério, julgando mentalmente a lista farmacêutica que eu ditara. O que aconteceu foi que, logo no início quando era apenas um resfriado, saí recolhendo recomendações médicas de todos que encontrava, o que acabou resultando numa maçante

E se...

Hoje eu tive um pensamento diferente; e se eu tivesse ficado? Quais são as chances de eu ter conquistado tudo que consegui até agora, em tão pouco tempo, nas circunstâncias com as quais eu convivia? Faria cursinho? Me dedicaria mais? Trabalharia? Conheceria gente nova? Amadureceria? Provavelmente não. A cada dia que passa me dou conta do quanto minha escolha foi drástica, decisiva, quem sabe até em tempo. A verdade é que eu precisava vir para cá; para virar gente, para crescer. Claro, estourar a bolha na qual vivi pelos últimos anos não foi fácil, muito menos então aceitar o fato de que o tal ensino médio simplesmente acabou, assim, de repente. Agora caí no mundo real, e as coisas são mais difíceis do que eu imaginava. Por sorte, ainda tenho benefícios como ser “filho do chefe” (apesar de expressão não carregar tanto prestígio como aparenta), e de ainda precisar de empurrões para continuar seguindo em frente. Se dependesse só de mim, já teria desistido. Outra coisa que preciso me

Independência

Sejamos honestos, morar sozinho não é sequer o mínimo sinônimo de independência. Tanto não é, que não sinto, nem por um instante. Quer dizer, eu sinto em pequenos momentos somente quando é inevitável; quando lavo minha própria roupa, pago minhas próprias contas, limpo minha própria casa, e estoco minha própria geladeira. Talvez independência seja uma utopia porque, pensando bem, sempre acabamos dependendo de alguém para alguma coisa. Dependemos de nossos pais para abrir nossos olhos até quando estamos cegos demais para tomar o rumo certo, dependemos dos nossos amigos para nos assegurarem de que somos especiais, dependemos até de coisas pequenas como lugares ou até músicas para nos lembrarem de que estamos vivos, quando o mundo real tende a nos massacrar de novo e de novo. Eu não me sinto independente, e nem quero ser. Porque depender dos outros significa que não estamos sozinhos, e nada parece ser mais reconfortante. Talvez eu esteja errado, mas independência para mim traduz-se com

Culpado

A verdade é que eu me sinto culpado por ter ido embora. Culpado por alguns pensarem que me esqueci de tudo e de todos, e de como ás vezes não parece haver um meio de eu alcançá-los, só para dizer um “olá” rápido e garantir que ainda me lembro de tudo. Culpado por agir impulsivamente e magoar pessoas que só querem meu bem, quando não consigo entender a finalidade de suas ações - ou então, a falta delas. Culpado por não conseguir expressar tudo que sinto, ou não dizer o que gostaria na hora certa. Culpado por decidir ir atrás do meu sonho, mesmo quando já não tenho muita certeza de que isto é mesmo o que eu queria. Mas a culpa mais pesada que carrego, é por não ter esperado por você, e por ter deixado meus instintos falarem mais alto. E pelo que parece, esta é uma culpa que ainda carregarei por muito tempo.

120, 150, 200 km por hora

As coisas estão passando mais depressa O ponteiro marca 120 O tempo diminui As árvores passam como vultos A vida passa, o tempo passa Estou a 130 As imagens se confundem Estou fugindo de mim mesmo Fugindo do passado, do meu mundo assombrado De tristeza, de incerteza Estou a 140 Fugindo de você Eu vou voando pela vida sem querer chegar Nada vai mudar meu rumo nem me fazer voltar Vivo, fugindo, sem destino algum Sigo caminhos que me levam a lugar nenhum O ponteiro marca 150 Tudo passa ainda mais depressa O amor, a felicidade O vento afasta uma lágrima Que começa a rolar no meu rosto Estou a 160 Vou acender os faróis, já é noite Agora são as luzes que passam por mim Sinto um vazio imenso Estou só na escuridão A 180 Estou fugindo de você Eu vou sem saber pra onde nem quando vou parar Não, não deixo marcas no caminho pra não saber voltar Às vezes sinto que o mundo se esqueceu de mim Não, não sei por quanto tempo ainda eu vou viver assim O ponteiro agora marca 190 Por um momento tive a sensa

Desapaixonar-se

Medo. Por isso fiz o que fiz. De onde estou hoje, percebo que nada que eu conquiste preencherá o vazio criado por atitudes tomadas a partir do medo. Medo de te perder, não por quaisquer dramas que eu por ventura alimentasse, mas para evitar que você me deixasse. Insegurança talvez também sirva de justificativa, mas a única palavra que me vem em mente é medo. Medo do que parecia ser inevitável. Por isso, para tentar minimizar a dor, decidi fazer primeiro o que você provavelmente faria. E eu admito; por um momento, eu sinceramente achei que machucaria menos. É isso que mais me apavora; eu precisei me arrebentar, quebrar minha cara em mim pedaços, para descobrir que eu estava errado. É... Eu ainda te amo. E não estou surpreso. *** Por outro lado, estou pegando prática em dizer adeus. Só não sei se isso é uma coisa boa. *** Quase 18 anos e ainda desabafando em um caderno. E não vou parar enquanto... Enquanto eu não souber como terminar esta frase.

O único amor que tive

Era uma vez Há muito tempo atrás Eu achei que deveria te deixar Eu achei que você deveria ir embora Nunca realmente disse adeus Nunca sequer escutei você chorar E mesmo depois de tanto tempo, é difícil dizer O único amor que tive, eu mandei embora Ah, mas você era jovem Mais jovem do que eu pensava Espero que me perdoe Eu era jovem também Eu realmente achei que sabia O que era melhor para você e eu Mas depois de tanto tempo, é difícil dizer Porque o único amor que tive, eu mandei embora Às vezes, enquanto fico deitado aqui no escuro Me pergunto aonde estás dormindo Ou se você sequer pensa em mim Você está aquecida? Você está feliz aonde está? Você ás vezes sente vontade de chorar quando os verões se tornam invernos? Você sequer pensa em mim? E então eu mando isto Para aonde quer que você esteja Para dizer que ainda te amo Você ainda faz parte de mim E se você puder encontrar um jeito Eu estarei esperando pelo dia Em que você possa sorrir

Cidade fantasma

Eu tive um pesadelo ontem à noite. No sonho, eu estava cercado de pessoas em um grande corredor, frente às portas de salas que pareciam não ter nada dentro. Na minha frente, estava outra pessoa, com uma cara desapontada. Não havia som no sonho, mas pelo que pude identificar em sua face e o modo como proferia suas sentenças, tudo dava a entender que a pessoa estava gritando sobre algo. Quando acordei, percebi que não era ilusão; era uma briga que tive ano passado, e a culpa que eu ainda carrego estava apenas começando a se expressar. Ao longo do dia, fui relembrando uma série de desentendimentos passados cujos quais não superei totalmente; alguns pequenos porém marcantes, outros escandalosos e irreparáveis. Cada um recheado com sua própria parcela de culpa que, aparentemente, ainda pesava em mim. Mais do que eu imaginava. Quando saí de Londrina, deixei para trás grande parte de minhas angústias, mas algumas ainda encontraram um meio de se infiltrar em minha bagagem e me seguiram. Ac

Guerra fria

Enquanto espero a hora exata para sair de casa e ir trabalhar, sentado frente ao computador e tremendo de frio graças ao clima temperamental lá fora, eu percebo o quanto eu estive brigando... comigo mesmo. Ao criar inúmeras regras e ilusões de como a vida deveria ser, acabei estabelecendo padrões altos demais e quase impossíveis de serem alcançados, sempre levando a desapontamentos no fim das contas. E para que? Eu poderia estar me divertindo há muito tempo, se não fosse por mim mesmo. Dizem que tudo depende da atitude, de como encaramos as mudanças que ocorrem na nossa vida, e da verdade universal sobre nada ser tão bom como gostaríamos, nem tão ruim quanto tememos. Talvez seja o frio, talvez seja o turbilhão de novidades que quase fez com que eu me perdesse, mas perdi a noção de tudo isso. Isso explica porque sempre havia chocolate ou cerveja por perto.

Cro-magnon

Eu não ligo se nada disso não tiver sentido. Fico feliz só pelo fato de estar escrevendo de novo. *** Há anos eu venho tentado descobrir o que tem de errado com a minha natureza. Estudos antropológicos já demonstraram mil relatórios sobre a tal da natureza humana, exemplificando e comprovando a teoria de que, se soubermos de onde o homem veio, é possível saber para onde ele vai. Acho tudo muito simplório; gosto de pensar que o ser humano não é tão previsível. Mas estou perdendo o foco. Eu não gosto de futebol, não só por causa da minha falta de capacidade motora, mas simplesmente porque a atividade em si - correr para lá e para cá atrás de uma bola por oitenta minutos - não parece possuir finalidade alguma. Adoro colocar ketchup em tudo, absolutamente tudo, mas odeio tomate. E talvez a característica mais peculiar de todas; meus ideais provaram ser tão sólidos, ou ao menos convincentes o bastante, para causarem que eu me tornasse extremamente exigente e provinciano - result